Com uma seleção de obras inéditas que nascem a partir da coleta de materiais e da produção da própria matéria-prima, Szabó salienta a energia cíclica do natural e conduz o visitante a criar outros entendimentos sobre o entorno, especialmente a natureza
Em sua primeira individual, a ser inaugurada sábado, 21 de outubro, no espaço expositivo II, Saulo Szabó apresenta "Variações do corpo selvagem", parte do projeto Alumiar, criado pela Galeria Lume, que tem o intuito de dar luz a pesquisa de artistas em início de carreira que ainda não possuem representação e tampouco fizeram uma exposição individual na cidade de São Paulo. Com texto curatorial de Ana Carolina Ralston a mostra traz uma seleção de obras que transitam entre o desenho, a escultura e a pintura, todos produzidos a partir de matéria natural coletada pelo artista durante suas viagens pelo Brasil.
É em meio a natureza que o trabalho de Saulo se transforma. Transforma-se como na Lei de Lavoisier, que afirma que “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Partindo do interesse pela diminuição do consumo de materiais industriais e os danos causados ao meio ambiente, o artista utiliza muitas vezes técnicas ancestrais e de culturas originárias para a produção da matéria prima que compõe sua produção.
De esculturas orgânicas com diferentes texturas, as quais se pode tocar, aos desenhos em giz de pigmento natural - produzidos pelo próprio artista - onde observamos o acúmulo de camadas de matéria, Szabó traz às paredes da galeria o calor e a vida da natureza, e convida o visitante a praticar novas maneiras de percepção do entorno e contemplação das obras, observando as cores e texturas diversas.
Durante toda a produção do artista há uma intenção inerente de compartilhar um conhecimento elementar sobre a natureza que foi sendo perdido com a disseminação das culturas modernas. Através de suas mãos, Saulo transmuta a matéria natural, que ao nosso redor sempre esteve presente, e guia os devaneios do visitante a um lugar selvagem e intrínseco. Com o selvagem que habita em nós.
Sobre o artista
Saulo Szabó
Rio de Janeiro, 1982. Vive e trabalha em São Paulo.
Formado em arquitetura e urbanismo (Fundação Armando Álvares Penteado), atividade a qual também se dedica profissionalmente, Saulo Szabó constrói sua pesquisa artística buscando criar outros entendimentos sobre o entorno, especialmente a natureza. Suas séries transitam entre o desenho, a escultura e a pintura e nascem a partir da coleta de materiais e da produção da própria matéria-prima. É o caso dos pigmentos naturais. Utilizando técnicas ancestrais de culturas originárias e que também remetem aos primórdios da arte, a feitura dos pigmentos é o ponto de partida de seus trabalhos e parte de um interesse pela diminuição do consumo de materiais industriais e os danos causados ao meio ambiente. Todo esse processo é parte fundamental de sua prática artística, que busca elaborar novas conexões entre o ser humano e o que está ao seu redor.
Sobre a Galeria Lume
A Galeria Lume foi fundada em 2011 com a proposta de fomentar o desenvolvimento de processos criativos contemporâneos ao lado de seus artistas e curadores convidados. Dirigida por Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo, a Lume se dedica a romper fronteiras entre diferentes disciplinas e linguagens, através de um modelo único e audacioso que reforça o papel de São Paulo como um hub cultural e cidade em franca efervescência criativa.
A galeria representa um seleto grupo de artistas estabelecidos e emergentes, dedicada à introdução da arte em todas as suas mídias, voltados para a audiência nacional e internacional, através de um programa de exposições plural e associado a ideias que inspiram e impulsionam a discussão do espírito de época. Foca-se também no diálogo entre a produção de seus artistas e instituições, museus e coleções de relevância.
A presença ativa e orgânica da galeria no circuito resulta na difusão de suas propostas entre as mais importantes feiras de arte da atualidade, além de integrar e acompanhar também feiras alternativas. A galeria aposta na produção de publicações de seus artistas e realização de material para pesquisa e registro. Da mesma forma, a Lume se disponibiliza como espaço de reflexão e discussão. Recebe palestras, performances, seminários e apresentações artísticas de natureza diversa.
Projeto Alumiar
Alumiar: dar luz a, iluminar ou ficar iluminado; tornar(-se) claro. fazer surgir a luz de; acender.
Como o nome sugere, o Projeto Alumiar, desenvolvido pela Galeria Lume, tem o intuito de dar luz, acender, iluminar e deixar clara a pesquisa de artistas em início de carreira (até 10 anos de produção) que ainda não possuem representação e tampouco fizeram uma exposição individual na cidade de São Paulo.
Convidados a expor durante um mês no espaço anexo da Lume, o(s) artista tem a oportunidade de vivenciar a relação direta com curadores, artistas, galeristas e colecionadores do início ao fim do projeto. Além disso, a exposição sempre ocorrerá em paralelo à exposição de algum artista representado pela galeria, o que incentiva a troca e uma maior visibilidade dos trabalhos expostos.
Serviço
Variações do corpo selvagem
Texto crítico: Ana Carolina Ralston.
Local: Galeria Lume, espaço expositivo II
Abertura: 21 de outubro, sábado, das 11h às 17h
Período expositivo: 21 de outubro de 2023 a 25 de novembro de 2023
Horário de visitação: Segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 15h
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP
Entrada gratuita
Informações para o público: tel.: (55) 11 4883-0351
e-mail: contato@galerialume.com
Por assessoria de imprensa
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