top of page
  • Foto do escritorRosiane Rodrigues

O dia em que a princesa mudou a rotina de Belém

Atualizado: 25 de set. de 2019

Neta do imperador Akihito, vossa alteza Mako Akishino participou, no Pará, das comemorações pelos 110 anos da imigração japonesa ao Brasil


Crédito: Filipe Bispo.

Como a presença de alguém da realeza pode alterar o cotidiano das pessoas? O trânsito é modificado, seguranças ocupam as ruas nos locais onde vossa alteza vai passar. As crianças ensaiam suas apresentações, os grandes da sociedade vestem suas melhores roupas, os músicos afinam seus instrumentos para fazer uma apresentação sensacional.


 Os governantes não deixam de marcar presença. Cada momento é decidido cuidadosamente, criteriosamente, para que nada fuja do controle. As falas, as programações, tudo impecável.


O cerimonial, o sentimento e a felicidade tomaram de conta dos japoneses, de seus descendentes e dos paraenses que nunca viram de perto uma personagem de tamanha magnificência. A presença de alguém da realeza modifica o ambiente. Modifica o comportamento das pessoas. Modifica tudo. É possível que seja diferente?


Neta mais velha do imperador Akihito, a princesa do Japão, Mako Akishino, esteve no Brasil para comemorar os 110 anos da imigração japonesa. Na manhã de um sábado, 28 de julho, Mako se encontrou com representantes das entidades Nikkeis, japoneses nascidos fora do Japão e japoneses que vivem regulamente no exterior, na Associação Pan-Amazônia Nipo-Brasileira (APNB), em Belém. Para recepcionar a chegada da princesa, além dos alunos da escola de língua japonesa Ceko, a orquestra sinfônica da Universidade Federal do Pará (UFPA) também esteve presente.


A confraternização foi o último evento da visita que a princesa fez ao Estado do Pará, onde se reuniu com o governador Simão Jatene, na sexta-feira (27), e visitou, no mesmo dia, o município de Tomé Açu, nordeste paraense, que possui a terceira maior colônia japonesa do país. A princesa também visitou os mercados de carne e de peixe do Ver-o-Peso, na capital.


Em seu discurso, a princesa Mako disse que está feliz em visitar o país. “O Brasil é um país pelo qual eu sempre senti amizade, desde de criança, apesar da longa distância geográfica e agradeço essa calorosa recepção”, afirmou.


As mãos que pegaram na lavoura há quase 100 anos, quando da chegada ao Brasil, estavam lá para saudar a jovem princesa de 28 anos. “Estou muito feliz em estar vivendo este momento. É uma emoção incrível”, disse Tamotsu Iwasaka, que tem 100 anos de idade e foi um dos primeiros imigrantes a chegar ao país. “Sinto-me muito orgulhosa pela minha descendência japonesa. Admiro muito o respeito que eles têm, não só pelas pessoas, mas em relação a tudo, ao meio em que eles vivem. Acho isso muito bonito, muito nobre”, declara a neta de japonês Cristiane Takada.


A emoção é compreendida; as modificações, toleráveis; as cerimônias são convenientes. O momento é de festa. Há 89 anos os primeiros japoneses chegavam ao Pará e de lá para cá cresceram em número e fortaleceram o desenvolvimento cultural e financeiro do Estado. Depois da visita, a princesa retornou ao Japão.

bottom of page