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Projeto leva inclusão digital para manguezais da Amazônia

Jovens de reservas extrativistas marinhas do Pará se abrem para o mundo com curso de informática e empreendedorismo


Alunos do Curso de Informatica_Projeto Mangues da Amazônia_2 UP Marketing para Mangues da Amazônia (Crédito da foto: Divulgação)

Uma revolução silenciosa acontece em comunidades do litoral paraense, na maior faixa contínua de manguezais do planeta. Com a expectativa de maior acesso ao conhecimento e oportunidades de renda, jovens de famílias extrativistas – voltadas principalmente à pesca e captura de caranguejo – frequentam aulas de informática nos laboratórios do Instituto Federal Tecnológico do Pará (IFPA), na cidade de Bragança (PA), em projeto socioambiental que busca promover a inclusão digital como fator de autonomia e melhor qualidade de vida, essencial à conservação e uso sustentável dos recursos naturais.


“A internet nos coloca no mundo globalizado e as comunidades da região precisam estar incluídas e se beneficiar das transformações digitais como ferramenta para oferecer serviços, dinamizar o turismo ou melhorar ou escoar a produção extrativista”, afirma Diego Carneiro, coordenador da área socioambiental do projeto Mangues da Amazônia.


A iniciativa é realizada pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, com patrocínio da Petrobras e apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA). “Na pandemia de covid-19, as famílias locais se viram diante da necessidade de acessar a internet e agora querem avançar nesses benefícios”, explica o pesquisador, ao lembrar que o acesso à tecnologia tem potencial de diminuir o isolamento e abrir portas em postos de trabalho nas cidades da região.


Realizado aos sábados no IFPA, com o total de 72 horas-aula, o curso de informática abrange a capacitação em ferramentas básicas para uso de computadores, como configurações de programas e acesso à internet, bem como a gestão de mídias digitais. Como diferencial, a iniciativa inclui a orientação em empreendedorismo, para transformação desse conhecimento em negócios com produtos e serviços que complementam a renda das famílias, a exemplo do turismo de base comunitária.


No primeiro ciclo, participam das atividades 60 jovens que vivem no entorno da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, no município de Bragança – 40 deles egressos do PROMANGUE, iniciativa que mobiliza estudantes de 13 a 19 anos em rodas de conversa semanais sobre direitos humanos, conservação e outros aspectos ligados aos manguezais, além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Junto a esse grupo, o curso de informática inclui outras 20 participantes do projeto Ciência é Praia das Meninas, desenvolvido pelo IFPA na região de Ajuruteua.


A iniciativa, voltada para meninas de 10 a 16 anos, tem o propósito de aproximar a academia das realidades locais e reforçar a importância da mulher na ciência, por meio de atividades de formação. “A inclusão digital se soma ao desafio das questões de gênero nas comunidades tradicionais, onde a mulher tem pouco acesso a oportunidades, além da violência doméstica e outros problemas sociais”, aponta Cleidson Gomes, professor do IFPA e pesquisador do Mangues da Amazônia.


A prefeitura de Bragança é parceria do curso de informática, com a cessão de ônibus para o transporte entre as comunidades extrativistas e o campus do IFPA, local em que os jovens convivem com o ambiente acadêmico e despertam para continuidade dos estudos no Curso Superior. “O acesso ao conhecimento mobiliza senso crítico e oportunidade de renda, com retorno para as comunidades”, observa Gomes.


Na visão de Rodrigo Barata, professor do IFPA e coordenador local do curso de informática, a inclusão digital é uma ferramenta que ajuda a melhorar e a escoar a produção extrativista, normalmente restrita à venda nas feiras da região. “Abre-se um leque de possibilidades para as comunidades, além de enriquecer a produção acadêmica”, explica. Mestre em gestão de inovação e propriedade intelectual, o professor enfatiza a importância do tema no contexto dos atuais desafios da Amazônia. E conclui: “com a iniciativa de contato com os laboratórios e a aquisição de conhecimento, os jovens se tornam multiplicadores de novas ideias no núcleo familiar”.


Sobre o Projeto Mangues da Amazônia

O Mangues da Amazônia é um projeto socioambiental com foco na recuperação e conservação de manguezais em Reservas Extrativistas Marinhas do estado do Pará. É realizado pelo Instituto Peabiru e pela Associação Sarambuí, em parceria com o Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e conta com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental. Com início em 2021 e duração de dois anos, o projeto atua na recuperação de espécies-chave dos manguezais através da elaboração de estratégias de manejo da madeira e do caranguejo-uçá com a participação das comunidades.


Sobre a Associação Sarambuí

A Associação Sarambuí é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) com sede em Bragança – Pará, constituída em 2015, cuja missão é promover a geração de conhecimento de maneira participativa, em prol da conservação e sustentabilidade dos recursos estuarino-costeiros. Nossas ações são direcionadas ao ecossistema manguezal, ao longo da costa amazônica brasileira, em particular no litoral do Estado do Pará. É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.


Sobre o Instituto Peabiru

O Instituto Peabiru é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira, fundada em 1998, que tem por missão facilitar processos de fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade. Com sede em Belém, atua nacionalmente, especialmente no bioma Amazônia, com ênfase no Marajó, Nordeste Paraense e na Região Metropolitana de Belém (PA). É uma das organizações realizadoras do projeto Mangues da Amazônia.


Por Assessoria de Imprensa

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