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  • Foto do escritorRosiane Rodrigues

Gêmeos de Marituba brilham no Jiu-Jitsu paraense

O amor dos irmãos é forte pelo esporte e a história de superação é inspiradora

Crédito da foto: Vitor Dagort/Comus Marituba.

Os gêmeos Victor e Otávio Vidal, de onze anos, serão as grandes estrelas do município de Marituba a disputar o Open Metropolitano de Jiu-Jitsu 2021, que acontecerá no próximo dia 23 de maio, no Ginásio Poliesportivo da cidade. Este será o primeiro evento oficial a ocorrer durante a pandemia, sendo Marituba, por sua localização e logística, a cidade escolhida para sediar a abertura oficial do calendário de Jiu-Jitsu deste ano.


A história desses dois meninos comove até hoje o seu principal admirador e incentivador, o pai, Miguel Neto. Com lágrimas nos olhos, ele conta que um dia os meninos foram desmotivados por um professor de Educação Física, o qual chegou a dizer que ”pra gordo não tem esporte” e que ”esporte de gordo é sumô”. Miguel ficou chocado com a declaração desse que deveria ser um educador.


Logo após o incidente, a família pensou até em sair da cidade, ir embora, mas, com o tempo, resolveu ficar. Miguel e a esposa Vanusa começaram então a procurar um esporte para que os filhos se dedicassem. ”Nós os colocamos para fazer natação, futebol, mas foi no Jiu-Jitsu que eles se encontraram”, afirma o pai e incentivador.


“A primeira pessoa que fez a avaliação física dos gêmeos falou que eles não tinham mobilidade para o Jiu-Jitsu. Apesar de ser um esporte suave, tem que ter mobilidade, agilidade, rapidez e raciocínio lógico, para pensar antes do oponente. Mas os meus filhos disseram que eles queriam seguir em frente e que a força deles ia complementar aquilo que faltaria nas outras qualidades de um atleta”, completou.


Hoje, o pai afirma que eles têm o reconhecimento de todos. “Os meninos não eram conhecidos e muitos achavam que eles não iam chegar a lugar nenhum. E do nada, eles voltam pra casa com medalha de campeão e vice-campeão do Norte Brasileiro, que reuniu Estados do Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, Maranhão, Piauí, Fortaleza, Rio Grande do Norte, uma grande vitória”, destaca o pai.

Crédito da foto: Vitor Dagort/Comus Marituba.

É bom lembrar que esse resultado é gerado por uma rotina pesada de treinos. São quatro horas de treinamento diário. Hoje eles são faixa amarela e em julho irão fazer teste para a faixa laranja. Em dezembro, para a faixa verde. E pelos cálculos do pai, com 15 anos eles estarão com a faixa azul e, com 20 anos, com a faixa preta. No mês de novembro, eles participam da Copa do Brasil, em Marabá, e no ano que vem das seletivas do Pan-americano de Jiu-Jitsu.


Na semana passada, os gêmeos Otávio e Victor foram recebidos pela secretária Municipal de Educação de Marituba, Eny Leite, levados pelo gestor da escola municipal onde estudam, o professor e também incentivador Emerson Rocha.


“Eu acredito que para todos da escola Cora Tereza é um orgulho muito grande tê-los como alunos e também como atletas. Então, nós sempre partimos do ponto de que a educação pode ir a muitos lugares e ainda mais conciliando com o esporte. Além deles serem o orgulho para todos os alunos da escola, enquanto gestor, vamos incentivá-los sempre”, reforçou o gestor.


A secretária de Educação, Eny Leite, se disse comovida com a história desses dois lutadores. “Como alunos do sexto ano da Escola Cora Tereza, e com apenas onze anos, esses meninos já estão no caminho certo, de batalhas e vitórias. Pertencem a uma família linda que Miguel e Vanuza constituíram, e entre treinos e muito estudo, alcançaram medalhas de campeonatos nacionais. Essa família me emocionou quando relatou que depois do preconceito que sofreram, os meninos tomaram a decisão de praticar um esporte. E hoje eles superam os desafios com muita disciplina. Vamos aguardar o Open Marituba e estaremos na arquibancada torcendo por eles, que já são um orgulho para nós”, disse a gestora da Semed.



Por Comus Marituba.

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